Bosque das Línguas Indígenas do Brasil
Memorial dos Povos Indígenas - Brasília, DF - Brasil
Quando falamos em língua brasileira, pensamos imediatamente no português. Poucos sabem ou se dão conta de que ainda existem no Brasil quase 200 línguas faladas pelos povos indígenas brasileiros, cujos ancestrais habitaram essas terras muito antes de a colonização chegar. E existiam muito mais! O problema é que elas estão desaparecendo e as que sobreviveram correm sério risco de extinção. Cada língua indígena carrega em si uma forma única de ver o mundo. É fonte de diversidade e de recursos que promovem a preservação de modos de vida, valores e saberes, cuja transmissão fortalece, a cada dia, a relação desses falantes com o seu habitat natural e sua cultura. 2019 foi declarado Ano Internacional das Línguas Indígenas pela Assembleia Nacional das Nações Unidas a fim de fomentar o reconhecimento da diversidade linguística como um grande ativo para o diálogo intercultural, criando oportunidades de trocas materiais e simbólicas e ainda favorecendo o entendimento entre os povos. A instalação do Bosque das Línguas Indígenas pretende dar visibilidade ao risco de desaparecimento dessas expressões, contribuindo para o alcance dos objetivos estabelecidos na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O Bosque das Línguas Indígenas tem como referência técnica a base de dados do IBGE (2010) atualizados com o apoio do Laboratório de Línguas e Literaturas Indígenas (LALLI – UnB). Os totens com os nomes dos povos indígenas estão agrupados por troncos e respectivas famílias linguísticas, em que cada centímetro colorido com pigmento de urucum (vermelho-laranja) corresponde a 100 falantes. No totem relativo à língua mais falada, a extensão da pintura vermelha tem maior dimensão; e no que corresponde a uma língua quase extinta, a faixa se reduz a poucos milímetros. A experiência sensorial da instalação é complementada com a reprodução de algumas falas e cantos nas línguas indígenas ainda presentes no país.
Luis Sardá Designer e diretor de arte
Conchita Rocha Coordenação e produção de textos
Iniciativa: Projeto Séculos Indígenas no Brasil - Frank Coe
Consultores científicos: Laboratório de Línguas e Literaturas Indígenas (UnB) Ana Suelly Arruda Câmara Cabral, Frankito Apolinário da Silva Sociedade Nheengatu, Antônio Regis de Morais e Sousa
Realização Memorial dos Povos Indígenas Secretaria de Cultura e Economia Criativa – GDF Projeto Fortalecimento e modernização das políticas públicas de Cultura no DF em cooperação com a Representação da UNESCO no Brasil
Produção: Okalab Design e Comunicação
Montagem da instalação: Adalcino Monteiro dos Santos, João Eudes de Souza Barbosa e Gabriel da Silva Miranda