Primeiro museu de sítio histórico do Brasil, Patrimônio Mundial da UNESCO
O Museu de Congonhas é um dos mais importantes projetos de preservação da memória do país. Nasceu com a missão de oferecer ao público informações históricas e de contexto a milhares de pessoas que todos os anos visitam o Santuário do Bom Jesus do Matosinhos, conjunto arquitetônico e paisagístico declarado como Patrimônio Mundial em 1985. O projeto expográfico foi desenvolvido com o objetivo de incentivar a interpretação do Santuário nas múltiplas dimensões.
Na identidade visual, o logotipo foi desenvolvido a partir de escritos com a caligrafia de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, autor das esculturas dos profetas e das talhas do Santuário de Bom Jesus do Matosinhos. Os tons das paredes e painéis do Museu foram pesquisados na paleta de cores usadas pelo mestre Ataíde, autor da policromia das talhas. O moderno e o antigo conversam e se complementam na forma de sistemas de telas interativas, maquetes, reproduções e acervo, combinados ao conteúdo histórico pesquisado pelos museógrafos Letícia Julião e Rene Lommez, curadores da exposição do Museu.
Na entrada, o visitante é recebido por um video-wall com o registro de romeiros em procissão. Som de passos e trilha musical guiam homens e mulheres de forma sutil o caminho a seguir: o corredor de acesso à exposição permanente. Salpicam a tela rostos da gente que busca respostas no exercício diário do sagrado. Nos painéis e ambientes que se seguem, o visitante é levado a experimentar a história de arte e da fé presentes nas obras do Santuário.
A imagem de Feliciano Mendes, romeiro português que deu início à construção da ermida que viria a se tornar a Basílica do santuário, surge com uma oferenda dirigida ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos pela cura alcançada. Avançando na sala, painéis revelam a tipologia de ex-votos, objetos oferecidos por graças alcançadas; um mapa e um vídeo localizam regiões sagradas de peregrinação no mundo. Adiante, uma animação em 3D e a linha do tempo apresentam o passo a passo e da construção do Santuário. Outro audiovisual aproxima o olhar do conteúdo das seis capelas e 64 esculturas que representam os passos da Paixão de Cristo.
Recursos e enredo levam o visitante a interiorizar as mudanças ocorridas no Sítio ao longo dos anos, como demonstra a maquete do conjunto do sítio em sua representação bidimensional da cidade. Os processos artísticos no barroco são exaltados no conjunto formado pela vitrine circular que guarda pigmentos, pincéis e pedras, materiais usados nos ateliês da época. Do alto, pendem sobre o móvel ferramentas semelhantes às usadas pelo mestre Aleijadinho. Em torno, painéis gráficos e tridimensionais apresentam o Santuário como obra de arte.
Cliente: UNESCO, Representação no Brasil - IPHAN
Curadoria: Letícia Julião e Rene Lommez
Projeto expográfico: Luis Sardá